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NOTÍCIAS - Conflito nas ilhas de Sirinhaém é discutido na Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo


O conflito envolvendo a Usina Trapiche e a comunidade tradicional de pescadores que viviam nas Ilhas do estuário do rio Sirinhaém, litoral sul de PE, foi um dos temas discutidos na Reunião da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, em Brasília.
Estiveram presentes o ouvidor agrário nacional e presidente da Comissão, Gercino José da Silva Filho, a promotoria agrária do Estado de Pernambuco, e representantes do ICMBio, do Incra, do Ministério Público Federal, Ministério do Meio Ambiente e Secretaria do Meio Ambiente.
A discussão foi motivada pela expulsão, em novembro de 2010, das duas últimas famílias que viviam nas Ilhas de Sirinhaém, através de uma ação judicial movida pela Usina Trapiche.
Durante a reunião, o ouvidor agrário nacional orientou que o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) manifestasse, à Secretaria de Patrimônio da União, o interesse para a criação de uma Reserva Extrativista (Resex) no local.
O ICMBio já havia manifestado publicamente o interesse em criar a Reserva Extrativista na área, como forma de proteger o meio ambiente e de garantir que as famílias expulsas pela Usina Trapiche pudessem ser realocadas na área. Inclusive, todos os estudos e o processo administrativo necessários para a criação da Reserva já foram concluídos.
Em agosto de 2009 chegou a ser realizada, no município de Sirinhaém, a Consulta Pública que apresentou todos os laudos que confirmam a necessidade da construção da Resex no local. A audiência foi realizada com a presença de representantes do Governo do Estado, das prefeituras de Sirinhaém e de Ipojuca, de parlamentares, membros da associação de pescadores, organizações sociais, além de uma grande participação da comunidade e dos pescadores.
“O Estado brasileiro já gastou recursos públicos para realização dos estudos de viabilidade da criação da Resex, já realizou as oitivas e a consulta pública, agora só tem que ter a coragem de criar a RESEX”, afirma o agente da Comissão Pastoral da Terra, Plácido Júnior.
O pedido de criação da Resex vem desde 2006, quando as famílias que moraram nas Ilhas - com o apoio da população local, da Colônia e da Associação de pescadores e de diversas organizações ambientalistas e de direitos humanos - solicitaram a criação da Resex ao Instituto Chico Mendes e também ao Ibama. Para Plácido, “é inaceitável que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) esteja subordinado aos interesses do agronegócio da cana que é o que mais polui e degrada o meio ambiente e expulsa os camponeses da terra.
Os pescadores esperam que o MMA cumpra com o seu papel que é de proteger o meio ambiente e as populações tradicionais, que nesse caso só acontecerá com a criação da RESEX”.

FONTE: JC
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O que o Ceará tem a aprender com PE

Nos últimos cinco anos, Pernambuco mudou sua posição em relação ao Brasil. De Estado com matriz econômica estagnada, tornou-se uma das unidades federativas mais competitivas do país, disputando ferrenhamente grandes empreendimentos nacionais e internacionais. Mas o que acontece com aquelas terras para serem consideradas hoje a bola da vez? Enquanto isso, o Ceará ainda está dando os primeiros passos de um futuro que pode ser bem parecido com o nosso vizinho. A lição está aí, basta aprender.

Suape mostra por que é a bola da vez

O que acontece por lá que está chamando a atenção de investidores? O que o Ceará pode aprender com isso?

Recife/Cabo de Santo Agostinho/Ipojuca (PE) Primeiro, veio a refinaria, o grande trunfo de um estado que vivia uma fase de congelamento da matriz de sua economia. E este foi apenas o pontapé inicial: daí a pouco surgiria um enorme estaleiro, uma petroquímica, uma siderúrgica, uma montadora de veículos e mais e mais empreendimentos, configurando uma verdadeira revolução.

Pernambuco, assim, foi se tornando verbete recorrente em noticiários econômicos ao redor do Brasil ao garantir, rapidamente, um grande aporte de novos investimentos, em uma proporção inédita em sua história. As boas notícias comprovam: as terras pernambucanas são, de fato, a bola da vez.

Mas o que vem acontecendo por lá que está chamando a atenção de tantos investidores das diversas partes do mundo? E o que é que o Ceará pode aprender com isso?A resposta para a pergunta pode ser um conjunto de fatores, mas é inegável a afirmação de que este ´boom´ não estaria em curso não fosse uma área chamada Suape.

Com 14 mil hectares de extensão, Suape, que leva o nome de uma praia na região, é um complexo industrial e portuário, algo semelhante ao que se tem no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, com 13,3 mil hectares entre os municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante.

Afora as semelhanças, a grande diferença na escala evolutiva. Enquanto o complexo cearense conta hoje com oito empresas operando (e mais seis em instalação), o pernambucano já supera o número de 100, isso entre as que estão em operação. São cerca de 30 empresas em construção ou a iniciar e mais 20 empresas em negociação. O Diário do Nordeste foi até lá para conferir este novo momento da economia de Pernambuco.

Caminho para o futuro

A importância de Suape para os pernambucanos é tanta que a estrada que liga Recife, a capital, às cidades metropolitanas de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, nas quais se localiza, é tida hoje como caminho para o futuro do Estado. São 54 quilômetros de distância.

Movimento pulsante

Percorrendo a PE-060, principal acesso ao complexo, a vista acompanha um movimento pulsante, frenético, de negócios. Seguindo o vai-e-vem de caminhões carregando as mais diversas cargas, vê-se novas áreas sendo terraplenadas para receberem mais empreendimentos, grandes indústrias em funcionamento e comércios que vão crescendo, expandindo-se na trilha do desenvolvimento irrefreável da região pernambucana.

Investidores diretos

"O mundo inteiro ouviu falar de Suape, então a gente tá recebendo uma quantidade imensa de investidores das mais diversas áreas querendo conhecê-lo. E estamos falando desde investidores diretos, como uma grande empresa, como indiretos, como um fundo de investimento", afirma o vice-presidente do complexo, Fred Amâncio. É quando se fala em Suape que os pernambucanos inflam ainda mais as suas já conhecidas autoestima e mania de grandiosidade. "O nosso projeto é ser o melhor complexo industrial e portuário do Brasil, principalmente pela integração de porto e indústria que está havendo aqui. Acredito que em 2013 já conseguiremos - já somos o melhor porto público do País", projeta Amâncio, sem muita modéstia, como um bom pernambucano. "A gente não quer ser Camaçari [na Bahia, o maior polo industrial do hemisfério], não quer ser Santos [em São Paulo, onde fica o maior porto do Brasil]. A gente quer ser muito melhor do que eles". E, assim, com todas essas pretensões, Suape vem levando o estado de Pernambuco a novos r
umos, tornando-o, atualmente, um dos estados mais competitivos na atração de investimentos do País.

DESDE 1978
Trabalho de mais de três décadas

Cabo de Santo Agostinho (PE) O atual momento promissor de Suape não veio de uma hora para outra. Para efeitos de comparação com o complexo cearense, é necessário lembrar que o pernambucano tem bem mais tempo de estrada.

Enquanto o Porto do Pecém vai se aproximando dos seus 10 anos de existência (foi oficialmente inaugurado em 2002), o de Suape já está em operação desde 1978. Ao longo desses anos, foi se firmando, estruturando-se e, somente há cerca de quatro anos, Suape foi ganhando as proporções de importância que hoje pode exibir.

"Antigamente, os investimentos eram concentrados na Bahia, e ficavam todos os outros estados do Nordeste só falando dos investimentos da Bahia. Agora, a bola da vez está sendo Pernambuco, é inegável. O Estado está captando uma quantidade grande de negócios, por várias razões, entre elas, a infraestrutura do Porto de Suape, que tem sido a locomotiva do Estado de Pernambuco. O porto já vem sendo preparado há muito tempo, e já tá com infraestrutura capaz de ser o diferencial em relação a outros portos do Brasil", analisa o diretor da Suape Global - uma diretoria de planejamento de atração de investimentos do complexo -, Sílvio Leimig.

Segundo o diretor, os cearenses devem "tomar partido" do que está ocorrendo em terras pernambucanas para poder orientar com mais segurança os projetos locais. "O Ceará deve pegar a experiência que Pernambuco tá tendo para otimizar e maximizar as suas oportunidades. Você não inventa a roda, ela está inventada. É ver porque Pernambuco está atraindo tanta coisa e partir pra destravar alguns processos e conseguir outros investimentos", sugere.

O diretor já foi, inclusive, convidado pelo governo cearense para apresentar, aqui, o que está sendo feito em Suape. Este ato de "espelhar-se" torna-se ainda mais natural uma vez que o Porto de Pecém, na época de sua concepção, recebeu o projeto de Suape para servir de referência à sua instalação, segundo informa Leimig. "A diferença do desenvolvimento agora de Pernambuco para o Ceará é só uma questão de tempo, porque o Porto de Suape já está mais preparado, e o de Pecém está sendo preparado. Então, consequentemente, com os investimentos que estão sendo feitos lá no Pecém, as chances de atração de novas empresas vai aumentar consideravelmente", aposta.

É importante um desenvolvimento integrado, que o Pecém não seja pensado só na questão de atração de investimentos, mas tem que pensar em toda a parte social, ambiental, desenvolvimento portuário, exige uma visão geral através de um plano direto para q o desenvolvimento seja consistente.

Tripé de medidas impulsionou o Estado

Recife Ser o centro das atenções da região que, hoje, é a que mais cresce no Brasil coloca Pernambuco numa posição bastante confortável. O Complexo Industrial e Portuário de Suape é tido como locomotiva desse desempenho, é certo. Mas outros fatores também contribuíram para que o Estado esteja com sua competitividade tão elevada. De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, que também é o presidente do Complexo de Suape, a posição atual de Pernambuco é alavancada por um tripé.

Política para o Nordeste

O primeiro deles, afirma, são as políticas nacionais que favoreceram o Nordeste - e, nesse ponto, ele destaca a atuação do ex-presidente Lula, que é pernambucano, como uma espécie de "divisor de águas". "Lula criou uma política de salário mínimo diferencial, e salário mínimo se paga no Nordeste, que é a região mais pobre do País. Ele potencializou o INSS e o Bolsa Família, e onde é que se paga o Bolsa no País? No Nordeste!", cita.

Incentivos

Além destas ações, a decisão de incentivar implantação de refinarias na região e de incluir a nacionalização na compra de navios também tiveram repercussão forte na economia da região. "Resumindo, quando ele fez isso, ele dinamizou o mercado do Nordeste, e o Nordeste passou a ser um mercado consumidor importante. Nas palavras do governador Eduardo Campos, o Nordeste deixou de ser parte do problema do País para começar a ser parte da solução", diz Júlio.

Portanto, chegou a vez do Nordeste. E para que Pernambuco estivesse à frente dessa nova realidade, Júlio afirma que os empreendimentos que vieram se instalando no Estado, que são chamados por eles de "estruturadores" (aqui chamam-se "estruturantes") fizeram a diferença.

"O que aconteceu em Pernambuco nos últimos quatro anos, do ponto de vista de impacto dessas medidas? Pernambuco recebeu uma refinaria que já tem R$ 8 bilhões em obras. Recebeu um estaleiro, que já está implantado, já lançou um navio na água e está com outros dois dentro do dique, um navio e uma plataforma. Pernambuco recebeu a petroquímica e conseguiu viabilizar o início das obras da ferrovia Transnordestina com muita força. Quem recebe refinaria, estaleiro e encomenda de mais de 30 navios, petroquímica do tamanho que a gente tem aqui e uma obra do tamanho da ferrovia e da transposição do Rio São Francisco, naturalmente, o mercado abre os olhos pra uma situação dessa. Vira um polo nacional", afirma.

Estratégia do governo

A terceira perna do tripé, defende, teria sido a mudança na estratégia e atuação do governo estadual. As medidas de incentivos a novos empreendimentos, afirma, também tiveram sua parcela de colaboração, apesar dos estados nordestinos já oferecerem benefícios semelhantes. A política de não aumentar alíquotas de impostos, aponta, também teve forte peso.

SIDERÚRGICA E MONTADORA
Empreendimentos formarão novo polo

Dois dos principais empreendimentos que vem sendo buscados com afinco pelo governo do Ceará foram, recentemente, garantidos pelos vizinhos pernambucanos e, juntos, irão criar um novo polo em Suape. Em dezembro último, Pernambuco anunciou que terá uma siderúrgica de laminados e uma montadora da italiana Fiat.

A usina de laminados faz a parte posterior à que a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), por exemplo, fará. Enquanto que a CSP produzirá as placas de aço, através do processamento do minério de ferro, a CSS faz o processo de corte destas placas. Ela será a primeira destinada a laminados planos do Nordeste, e terá um investimento de R$ 1,5 bilhão.

"A CSS é um outro investimento estruturador importante. A nossa siderúrgica tem um perfil muito interessante, que é mais a laminação, vamos produzir para ser matéria-prima, por exemplo, para indústria automobilística, a linha branca. E pode, no futuro, trabalhar outras cadeias a partir do fornecimento desses itens. Já temos a siderúrgica da Gerdau", explica o vice-presidente de Suape, Fred Amâncio.

Com a siderúrgica, Pernambuco também garantiu a principal indústria consumidora destes laminados: a automobilística. A Fiat escolheu o estado para abrigar a sua segunda fábrica no País e, com um investimento de R$ 3 bilhões até 2014, deverá gerar 3.500 empregos. A unidade terá capacidade de produzir 200 mil veículos por ano.

"Além da estruturação da própria fábrica, ela traz outros níveis da cadeia, como autopeças, os fornecedores", avalia.

Vantagens são a logística e o crescimento planejado

Além de abrigar uma grande quantidade e diversidade de indústrias, Suape possui ainda duas grandes vantagens comparativas em relação a outros complexos industriais e portuários do Nordeste e do Brasil: o diferencial logístico e o crescimento guiado por um planejamento de longo prazo. O vice-presidente do complexo, Fred Amâncio aponta estas características como a base para transformá-lo no melhor polo de negócios do Brasil, entre aqueles com a mesma estruturação.

"Na configuração de complexo industrial e portuário, Suape está numa posição melhor do que qualquer outro lugar do Brasil. Você tem portos muitos interessantes no Brasil, mas na combinação de Suape, não tem", garante. Segundo ele, a presença dos empreendimentos estruturadores, como refinaria, petroquímica, estaleiro naval e off shore, indústrias automobilística e siderurgia vem atraindo outras indústrias que vão se acoplando às cadeias já existentes. "E eu estou falando de grandes investimentos", diz.

Para estes novos negócios que vão se instalando por lá, uma logística bastante favorável: "Estamos na ponta do Nordeste do Brasil. Isso facilita a conexão com Europa, África, Sul do Brasil, e Estados Unidos, é um posicionamento geográfico interessante", diz.

Ele aponta que o local se encontra a 800 quilômetros de 90% do Produto Interno Bruto do Nordeste (PIB). Neste raio, encontram-se sete capitais (Além de Recife, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Maceió, Aracaju e Salvador), oito portos internacionais, um porto fluvial e 30 milhões de pessoas. "É o centro logístico do Nordeste brasileiro", sentencia.

Essa situação tem permitido um intenso aumento no volume de cargas escoado pelo Porto de Suape. "Tá crescendo muito o volume de cabotagem e de distribuição através do porto. Pela estrutura que existe hoje e o posicionamento no Brasil, um dos portos que mais tem potencial de crescimento como ´hub port´ (porto concentrador) é o Suape, e não sou quem tá dizendo, são as operadoras", conta Amâncio.

Planejamento

Outro ponto forte de Suape é seu planejamento a longo prazo. Desde sua criação, o complexo já projetava muitos dos empreendimentos que possui hoje, e mais: se preparou para recebê-los. Exemplo disso é a refinaria da Petrobras, a Abreu e Lima, que foi alvo de forte disputa com o Ceará na época em que a estatal estudava onde a instalaria. O terreno onde a usina está sendo construída já estava reservado a ela desde o ano de 1975, quando foi elaborado o Plano Diretor do complexo, três anos antes de o porto começar a operar, informa o diretor da Suape Global, Sílvio Leimig. Agora, está sendo concluída a revisão deste plano, projetando o desenvolvimento do complexo para os próximos 20 anos.

Nova realidade

"Estamos levando em consideração a nova realidade de Suape. Uma parte dos investimentos já eram esperados antes, em 1975. Já outras áreas evoluíram. As plantas petroquímicas, por exemplo, existia uma ideia, mas não havia um espaço predefinido, do mesmo jeito a siderúrgica", esclarece.

Juntamente com o plano diretor, Suape também conta com o Estudo de Impacto Ambiental e seu relatório (EIA/Rima) de toda a sua área, o que facilita o processo ás empresas. "Com isso, as empresas não entram com EIA/Rima, só com o pedido de licenciamento. Isso dá uma segurança maior pro empreendedor. Licenciamento ambiental é uma coisa complexa em todo lugar do Brasil, mas aqui a gente já tem coisas em curso que facilitam".

COM PRÉ-SAL
De olho nas oportunidades do futuro

PE procura se credenciar para não ficar à margem das grandes oportunidades que vão surgindo no Brasil

Pernambuco, estado que traz na arquitetura de várias de suas cidades um retrato bastante preservado do que foi o Brasil no passado, quer saber agora, na verdade, é do futuro do País. Desta forma, procura se credenciar para não ficar à margem das grandes oportunidades que vão surgindo para a economia brasileira, em especial aquelas que vêm na esteira do pré-sal, a nova grande riqueza nacional.

O Estado não é produtor de petróleo, e nem alimenta expectativas de encontrar uma província petrolífera em águas ultraprofundas de seu território. Mas isso, os pernambucanos sabem, não é razão suficiente para ficar de fora dos negócios puxados pelo óleo encontrado sob as águas do Sudeste. Eles já participam desse novo desenvolvimento, e querem ainda mais.

Atrações

Pernambuco já garantiu uma refinaria de petróleo, a Abreu e Lima, que está em construção e deve entrar em operação em 2013. Além disso, estão instalando um grande complexo petroquímico e avançam na criação de um polo naval, tudo na região de Suape. Neste polo, já ganha destaque Estaleiro Atlântico Sul, que possui a maior carteira de encomendas de navios junto à Transpetro, direcionados à produção do pré-sal.

De olho nestas perspectivas da economia nacional, o governo do Estado de Pernambuco resolveu criar a Suape Global, uma diretoria criada para planejamento e prospecção de negócios nas áreas de petróleo, gás, offshore e naval no complexo.

Desenvolvimento

"Suape quer maior desenvolvimento nessas áreas, mas, claro, não só nelas. Tem a área de alimentos, de contêineres, minérios... Mas o governo decidiu criar essa diretoria específica mesmo porque só a Petrobras está investindo nos próximos anos 240 bilhões de dólares. Então, nós queremos nos inserir nesse mercado", aponta o diretor da Suape Global, Sílvio Leimig. E esse planejamento, segundo o diretor, tem dado resultados. "A gente faz visitas bem focadas, a gente sabe o que a gente quer e vai atrás. E recebemos visitas também, muitas delas frutos das nossas visitas e muitas frutos do nome Suape, que deixou de ser conhecido só nacionalmente, e hoje tem conhecimento mundial".

ABREU E LIMA
Refinaria é maior obra da história

Não é por menos que a construção da refinaria Abreu e Lima motivou toda uma mobilização em Pernambuco que foi gerando, como em um efeito cascata, a chegada de inúmeros outros empreendimentos chamados pelos pernambucanos de estruturadores. A usina de refino representa o maior investimento da história do Estado, com um orçamento de R$ 23 bilhões para sua instalação.

O volume de pessoas, ônibus e tratores em trânsito pela área de instalação da refinaria é surpreendente. Garantida para Pernambuco após uma forte disputa com o Ceará durante 2007, a usina pernambucana sofreu inúmeros atrasos e alterações no valor de seu investimento. Hoje, mesmo ainda não concluída, já movimenta a economia pernambucana. São cerca de 18 mil pessoas envolvidas na construção atualmente, número tende ainda a crescer para 28 mil no fim do ano. Além do emprego e da renda que é gerada, ainda existe toda uma cadeia de fornecedores que foi preparada para atender à demanda da Petrobras na instalação do empreendimento, demanda esta que não é nada pequena. Matéria-prima, fardamento, alimentação, transporte são apenas alguns dos produtos e serviços que serão necessários. A preocupação com este fornecimento, já ponta a Petrobras, é assunto de hoje no Ceará, que terá sua refinaria em operação, segundo a atual previsão, em 2017. O presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, esteve aqui recentemente para orienta
r os empresários a fim de que garantam fornecimento.

Até o fim do ano, a refinaria de Suape irá iniciar a sua etapa de montagem de equipamentos. A unidade, que acaba com um longo período sem novos investimentos na área (a última construída no Brasil foi na década de 1980), terá capacidade para produção de 230 mil barris de petróleo por dia, um pouco menos que a Premium II, do Ceará, que será de 300 mil barris/dia.

Estrutura foi criada visando à expansão

Ipojuca (PE) A estrutura é enorme, e foi criada já pensando em sua expansão. Com áreas de atracação de navios na costa (on shore) e fora dela (off shore), o Porto de Suape nasceu para crescer junto com o desenvolvimento de Pernambuco. Ao longo de mais de três décadas de existência, ele amadureceu, mas ainda se expandirá bastante para dar cabimento à nova economia pernambucana. Enquanto isso, já mostra a que veio. Não são somente os pernambucanos que dizem, mas instituições de pesquisa já comprovam: Suape está na liderança no que se refere à qualidade dos portos brasileiros.

Em 2007, o Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou o terminal como o melhor porto público do País. Mais tarde, em 2010, foi a vez de o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) reconhecer Suape, colocando-o no topo do ranking entre os portos brasileiros.

Destaque

São diversos os motivos que fazem com que Suape tenha este destaque, explica o diretor de Gestão Portuária do complexo, Jorge Dias. "Não é um porto em área urbana, e isso faz com que famosos gargalos não aconteçam. É um porto com planejamento. Os acessos são fáceis, a área de navegação é fácil, possui um bom calado (profundidade). E o tempo de espera para atracação é muito pequeno", enumera. A localização geográfica privilegiada, estando mais próximo da Europa e dos Estados Unidos, também um forte ponto positivo.

E o porto já está se preparando para os empreendimentos estruturados em instalações e prometidos para Suape, saindo até à frente da iniciativa dos investidores do local. Como no caso da refinaria, para a qual já existem dois berços exclusivos prontos, recentemente instalados para receber a usina. "A gente fez a nossa parte, até antecipamos, a refinaria que atrasou", destaca Dias.

Mas para receber ainda a siderúrgica, a montadora de veículos, a Transnordestina, o polo petroquímicos, entre outros projetos, o terminal portuário ainda precisa avançar mais.

Contudo, isto não mostra ser nenhuma preocupação para a gestão de Suape. "O porto tem infraestrutura para isso, ele foi pensado para se expandir abrigando todos estes empreendimentos", garante.

A zona portuária ocupa uma área de dois hectares dentro dos 14 existentes em Suape. Neste território, o porto conta com uma área interna com os navios atracando diretamente na costa, com a externa, através dos píeres construídos em alto-mar, no mesmo modelo do terminal do Pecém, no Ceará. Atualmente, no porto interno, existem dois quilômetros de canais para atracação, que serão expandidos até chegar a 15 quilômetros. "O plano diretor prevê que até 2030 todos os canais estejam dragados", informa.

Movimentação

Para se ter uma noção do impacto que os novos empreendimentos terão no porto, a movimentação de carga, que e, 2010 chegou a 9 milhões de toneladas, deverá saltar para 40 milhões em 2014, quando está previsto o início da operação da refinaria e da montadora de veículos. "Somente a refinaria irá incrementar em 22 milhões de toneladas", cita. Dois anos depois, espera-se incluir mais oito milhões de toneladas só com o terminal de grãos que funcionará para Transnordestina. O desafio é garantir a mesma qualidade nos serviços na nova fase que já está projetando para a economia de Pernambuco.

CONSTRUÇÃO NAVAL
Região torna-se berço de estaleiros

O maior estaleiro do hemisfério sul vai ganhando contornos cada vez mais grandiosos. Depois de se tornar o responsável pela descentralização da indústria naval do Sudeste do País, o pernambucano Atlântico Sul (EAS) vem ganhando cada vez mais destaque e se tornando o estaleiro mais competitivo do Brasil. E fez mais: mostrou que o Nordeste pode, sim, abrigar esta nova indústria e já ajudou a atrair mais dois outros empreendimentos do tipo.

Atualmente, são 10 mil pessoas trabalhando no estaleiro, e o número deve aumentar. Possuindo a maior carteira de encomendas do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), além do casco da plataforma p-55 da Petrobras, o EAS foi o vencedor da última licitação da Petrobras para a construção de sete sondas de perfuração para o pré-sal, só estas no valor de US$ 4,63 bilhões. Juntando aos outros US$ 3,5 bilhões das encomendas já existentes, vê-se que o investimento de R$ 2 bilhões na sua construção foi claramente bem sucedido. Tanto que, para permitir seus planos audaciosos, já planeja a sua duplicação, segundo informa o vice-presidente de Suape, Fred Amâncio.

Obras do Promar em abril

Esta força atraiu também o estaleiro Promar, que antes pretendia ser instalado na enseada do Mucuripe, em Fortaleza. Acredita-se que o segundo estaleiro de Suape possa iniciar sua construção no próximo mês de abril. Com um investimento de R$ 300 milhões, o prazo de construção é de 12 meses. O Promar venceu a licitação para construir oito navios gaseiros, no valor de R$ 1 bilhão.

Terceiro estaleiro

Além dele, mais recentemente, no início de fevereiro, o governo pernambucano anunciou ainda que um terceiro estaleiro será instalado em Suape. Formado por um consórcio de quatro empresas espanholas, o Galíctio é um investimento de US$ 440 milhões (quase R$ 750 milhões) e será localizado em uma área de 40 hectares por trás do EAS. "O Atlântico Sul está atraindo outros estaleiros, e a filosofia de cadeia, com as empresas que fornecem a estaleiros. E estaleiros que não são só de construção, mas de reparação, de construção de megablocos, de partes de navios. Todos eles estão começando a chegar", analisa Amâncio.

Falta de pessoal qualificado é preocupação

Recife/Cabo de Santo Agostinho/Ipojuca (PE). No dia da primeira visita da equipe de reportagem à Suape, o Diário de Pernambuco, jornal mais antigo em circulação na América Latina, saía com a manchete: "sobram empregos, faltam profissionais". Não é a primeira vez que os periódicos de lá tratam do assunto. A chegada frenética de novos empreendimentos reforçam sempre esta preocupação, especialmente em relação à mão-de-obra qualificada. E o resultado, muitas vezes, acaba sendo o esperado: as empresas estão contratando gente de fora para exercer funções lá.

A reportagem do Diário de Pernambuco citava a busca por profissionais na área de tecnologia, que são considerados hoje uma "joia rara" no mercado. A procura pela mão-de-obra já motiva até leilão de salários entre as empresas.

Assim como estes, muitos outros profissionais, das mais diversas áreas, como naval e petroquímica, estão sendo buscados em outros estados e até mesmo fora do País, como no caso do Estaleiro Atlântico Sul, que contratou 140 profissionais de engenharia naval do Japão, por conta da falta de pessoas com maior experiência não só no Estado, mas no Brasil.

Quem está percebendo no dia a dia essa nova e intensa demanda é o carpinteiro Misael Manoel, de 42 anos. Ele vem de Bezerros, a cerca de 100 quilômetros de Recife, para trabalhar em Suape, e percebe que tomou a decisão correta.

"Eu já era carpinteiro lá, mas fiquei desempregado por seis meses. Daí, soube do que estava acontecendo por aqui, e resolvi vir e tentar. Agora, estou empregado e já estou sendo disputado por outras empresas", comenta. Misael trabalha pela construtora OAS na obra de duplicação da rodovia PE-060, que dá acesso a Suape. Quando terminar a construção, ele já tem emprego prometido na Odebrecht, nas obras da refinaria Abreu e Lima.

"Estão surgindo muitas oportunidades de emprego, só está faltando capacitação das pessoas. Eu mesmo não pretendo voltar pra Bezerros, a tendência aqui é crescer ainda mais por aqui", aposta.

Atualmente, Suape emprega cerca de 15 mil pessoas nas empresas em operação no complexo. Se contar com as vagas que surgem na construção dos novos empreendimentos, são mais 30 mil empregos. "E o número vai crescer muito ainda, porque a refinaria, por exemplo, ainda não está no pico. Ela está com 18 mil pessoas hoje, e vai chegar a 28 mil no fim do ano, porque vai estar com construção civil ainda, só que começando a parte de montagem", lembra o vice-presidente de Suape, Fred Amâncio.

Capacitação preocupa

Amâncio admite que a pouca oferta de profissionais qualificados é uma das maiores preocupações do complexo.

"A capacitação ainda é um desafio, mas não é de Pernambuco, mas é do Nordeste, principalmente", analisa. Ele garante que aproximadamente 80% das vagas ocupadas atualmente no complexo são por pernambucanos. O percentual é razoável, mas isso é o que se tem no bolo total de empregos, onde pesa mais, no momento, o setor de construção civil, é o que trabalha com um maior número de trabalhadores sem maior formação profissional.

Baixa qualificação local

"Se estratificar pelo nível de formação, isso muda. Nos mais básicos, tem um maior numero de pernambucanos; nos de maior qualificação, o volume é menor. Só que a gente tá começando a ter essa preocupação.

A gente não tem engenheiro naval, por exemplo, só que a Universidade Federal de Pernambuco já está com curso de engenharia naval, e em quatro anos vamos ter", especula.

De acordo com o diretor da Suape Global, Sílvio Leimig, Pernambuco vai passar ainda por este período que chama de "adaptação à nova realidade".

Esforços para mudança

"O Estado tem feito grande esforço na qualificação, tanto que criou uma secretaria específica de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, para concentrar todos os esforços nessa massificação de capacitação", conta Leimig.

"A gente vai ter mais de 10 mil novos empregos diretos em um horizonte de cinco anos, e a grande maioria vai ser de pernambucanos. Claro que nós vamos ter de ter pessoas com a expertise em determinadas áreas, até pra repassar as experiências, mas a nossa intenção, cada vez mais, é fazer com que a nossa população participe do desenvolvimento", avalia o diretor da Suape Global.

ESCOLHENDO OS MELHORES
Porte para recusar empreendimentos

Chegada de indústrias no complexo é tamanha, que as exigências para operar lá tornaram-se cada vez mais criteriosas

Suape se transformou em um enorme canteiro de obras. Operários de construção estão para todos os lados, assim como as grandes máquinas que operam na construção pesada. Tratores dominam as paisagens, gerando o frenético movimento que abre espaço ao desenvolvimento. É tanta indústria sendo construída por lá, e tantas outras buscando se integrar a este novo "oásis" do crescimento econômico, que Suape tornou-se soberbo. E assim pode ser. O novo patamar a que o complexo chegou já o permite recusar alguns dos novos investimentos que vão sendo sugeridos. Por lá, sabe-se bem o que se quer, e já não se quer qualquer coisa.

"Tá vindo tanta empresa, que hoje estamos tendo a possibilidade de colocar alguns critérios: só tá ficando aqui no porto as empresas que efetivamente precisam ficar aqui", explica o vice-presidente de Suape, Fred Amâncio.

"Suape é destinada aos empreendimentos estruturadores. Os nossos objetivos, quando uma empresa vem, são dois: um, que ela fique em Pernambuco, e outro, que ela não fique em Suape", completa.

De acordo com o vice-presidente, a gestão sabe bem definido qual é o foco que se quer dar a Suape. As empresas que conseguem se instalar por lá, hoje, são aquelas que vêm a agregar às já existentes, que vão formando cadeias, que vão complementando todos os processos de desenvolvimento das atividades lá desenvolvidas. Essa preocupação, aponta, é fundamental neste momento, para que se possa dar o melhor aproveitamento à área do complexo.

"É preciso ser seletivo, e não pensar só no presente e pensar no futuro também, crescer planejado. Ou, daqui a algum tempo, você não tem mais espaço pra colocar quem realmente deveria ficar".

Proteção permanente

Este cuidado se reforça com o fato de que 45% do território do complexo é zona de proteção permanente, ou seja, nunca vai se transformar em área disponível para indústria. O restante do território, portanto, tem que ser muito bem trabalhado.

Mas esta atenção nem sempre foi presente na consciência do empreendimento. "Há 20 anos, qualquer indústria que se interessasse, independentemente do porte e do segmento econômico, ela era bem vida, como forma de induzir o crescimento de Suape", lembra.

Há cerca de cinco anos, conta, quando Suape começou a entrar em outro patamar de competitividade, começou-se também a criar mais critérios para instalação de indústrias por lá e, agora, com o recrudescimento desta posição do complexo, estas exigências se intensificam ainda mais.

Gente que vem e gente que volta para ganhar a vida

Aquela velha e tão repetida história do nordestino que sai de sua terra natal em busca de oportunidades no sul já começa a ficar na memória dos mais antigos. E Pernambuco tem clara contribuição nessa mudança. Aos poucos, pernambucanos voltam a seu Estado, e com expectativas ainda maiores das que tinham quando emigraram. E não só há quem volte, mas muita gente que está saindo de grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro para fazer carreira no novo Nordeste.

De volta, saiu ganhando

Joselma Pereira, 35, já foi babá, empacotadora de supermercado e fez vários "bicos" para garantir sua renda. Nunca teve sua carteira de trabalho assinada. "Em Pernambuco, eu trabalhava muito, e ganhava muito pouco", lembra.

Não vendo mais perspectivas em seu Estado de origem, resolveu deixar Vitória de Santo Antão, município da Zona da Mata pernambucana, para tentar a vida no Sudeste. Ficou 10 meses no Rio de Janeiro e sete anos em São Paulo. Nesse período, foi babá, manicure e balconista de padaria e auxiliar de escritório. Não encontrou o que queria: uma profissão.

Nas suas voltas, rápidas, por Pernambuco, que fazia motivada pela saudade, pra ver a família, sempre tirava um tempinho pra ver se achava emprego em sua terra, e nunca encontrava nada. Mas, em 2007, numa dessas visitas, ouviu um carro de som na rua informando sobre inscrições abertas para trabalhar em um estaleiro que estava para se instalar em Ipojuca.

"Aí, falei pra mim mesma: ´vou me inscrever´. Fui lá fiz os testes e foi aprovada. Então, resolvi ficar", conta.

Reviravolta

Quando sonhava em uma profissão, nunca imaginava que esta seria na área de soldagem, algo que parece pertencer tão mais ao universo masculino. Mas foi aí que se encontrou. "Queria fazer turismo, nunca passou pela minha cabeça ser soldadora, mas eu passei a gostar da solda", afirma. De auxiliar de soldador, hoje, Joselma é responsável por uma equipe de 35 pessoas no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), o maior do hemisfério, e é conhecida como a "rainha do aço pernambucano".

"Nunca pensei que ia encontrar minha profissão aqui em Pernambuco, e hoje tenho perspectiva profissional. E meu filho, de oito anos, já diz que ser presidente do estaleiro", revela.

"Agora, o pessoal daqui da região já pensa em estudar, porque quer entrar no estaleiro, todo mundo quer trabalhar aqui, e ninguém mais pensa em ir embora", conta.

Do Sudeste para PE

Na mesma empresa, encontra-se Diogo Pacífico, 29, que tem uma história bastante diferente da de Joselma. Ele não é nordestino, e largou o seu sudeste para fazer carreira em Pernambuco. Ele é engenheiro naval formado recentemente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estado com tradição na área em que resolveu atuar.

Talvez por isso, nem imaginava que ia buscar seu futuro profissional no Nordeste. Quando entrou na graduação, em 1999, o Brasil estava vivendo o início de reativação de sua indústria naval, e isso o motivou a seguir a carreira na área.

Ainda quando cursava a universidade, Diogo entrou como estagiário no escritório do EAS no Rio de Janeiro. Depois de formado, foi contratado pela empresa e, então, surgiu a oportunidade de ir trabalhar no estaleiro pernambucano, em Suape, que ele agarrou, sem hesitar.

Vinda sem volta

"Poucos profissionais no Brasil podem acompanhar o início de um estaleiro, e eu sempre quis vir pra cá. Aqui, cada dia é uma experiência inenarrável", conta Diogo Pacífico.

"O Nordeste tem sido muito falado, e o Sudeste, nessa área, não tem mais tanto a expandir. Portanto, agora ocorre o caminho inverso", analisa, reforçando que já não vislumbra mais deixar Pernambuco e voltar para o Rio de Janeiro.

MUDANÇA
Novos ofícios são foco de moradores

Cabo de Santo Agostinho (PE). A 78 quilômetros de Recife, fica Sirinhaém, município pernambucano de cerca de 40 mil habitantes e de economia ainda não bem desenvolvida. Com o avanço econômico de Suape, alguns moradores de lá resolveram migrar para a nova promessa de emprego que surge na região.

Assim fez Josuel Benedito, de 26 anos. Por lá, trabalhava em usina de cana, e não tinha renda fixa. Ouviu falar do complexo industrial e portuário que estava despontando e decidiu tentar a sorte. "Tinham outros amigos vindo e, então, eu arrisquei e vim", conta.

Hoje, não está mais desempregado. Trabalha com servente na empresa que faz a obra de duplicação da rodovia estadual PE-060. A situação está bem melhor, afirma, mas ainda não é a desejada por ele.

"Na verdade, eu quero ser carpinteiro", justifica. Nas horas vagas, Josuel acompanha o amigo carpinteiro, na tentativa de aprender, ainda que informalmente o ofício.

"Tem curso de carpinteiro, mas é longe daqui. Acho que falta investir mais em capacitação", sugere.



fonte: DIARIO DO NORDESTE
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